sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Lançamento: Bohemia Barley Wine

A Ambev acaba de lançar a Bohemia Reserva, uma Barley Wine com 10% de graduação alcoólica, levedura de alta fermentação, blend de 5 maltes, lúpulos americanos e ingleses.
Envelhecida por 12 meses é uma edição limitada, com 3.978 garrafas numeradas, com uma embalagem de madeira confeccionada artesanalmente, envolta em um papel especial e cera na tampa para evitar qualquer interferência externa na cerveja. Claro que todo esse apelo na embalagem reflete no preço, que foi divulgado a R$120,00 a garrafa.


Achei muito legal a Ambev lançar essa cerveja, que talvez até seja uma resposta afirmando que eles também conseguem fazer cervejas de qualidade superior e abrir mão dos cereais não maltados (milho, arroz, etc).

O estilo escolhido considero a cerveja perfeita para fisgar aquelas pessoas que conhecem bons vinhos mas dizem que não gostam de cerveja. 

Não gostam de cerveja barata feita de milho, mas experimentem uma Barley Wine para ver!!

Além da semelhança com os vinhos no nome, a Barley Wine é uma cerveja de guarda, ou seja, quanto mais tempo você guarda-la em condições adequadas, mais ela ganha em complexibilidade, sabores e aromas.

Estou curioso para degustar, mas R$120,00 não acho um preço justo, não vou comprar a embalagem e por esse preço compro cervejas muito mais complexas e até algumas que sejam referência no estilo e não chegam nem perto desse valor. Talvez um colecionador ache o preço justo.



Um fator que indica que isso pode ser uma resposta que eles conseguem fazer cerveja de qualidade é que a Ambev pediu recentemente registro no Ministério da Agricultura de uma Belgian Blond Ale com erva-mate, uma Índia Pale Ale com jabuticaba e uma WitBier com laranja, limão, coentro e pimenta rosa, conforme foi divulgado no site da Veja SP. O que é fácil entender se analisarmos que o mercado de cervejas. As cervejas das grandes cervejarias, as mainstream, vem apresentando uma queda inédita no consumo, queda superior a 16%. Enquanto que as artesanais vem crescendo a passos largos e conquistando os consumidores.

Meu único receio é as gigantes entrarem nesse segmento de mercado para literalmente fazer bagunça. Uma vez que a legislação brasileira não diferencia uma pequena de uma gigante, é a mesma tributação. Isso cria uma concorrência desleal.
As gigantes tem poder de compra de insumos, fracionam o custo numa quantidade infinitamente maior e o processo é praticamente todo automatizado. As micros primam pela qualidade, importam os melhores insumos possíveis e consequentemente pagam mais caro. O processo é artesanal e empregam muito mais pessoas por litros produzido, o que também reflete em custos.

Mas o que podemos afirmar com certeza é que o mercado esta mudando e o brasileiro esta descobrindo que existem centenas de estilos diferentes e não apenas aquela loira que só é possível engolir estupidamente gelada.

As gigantes estão se obrigando a melhorar e abandonar aquele discurso furado de que suas cervejas são adaptadas ao clima e ao paladar do brasileiro.

É a revolução cervejeira no Brasil apenas começando!!

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