A
Ambev acaba de lançar a Bohemia Reserva, uma Barley Wine com 10% de graduação alcoólica, levedura de alta fermentação, blend de 5 maltes, lúpulos
americanos e ingleses.
Envelhecida
por 12 meses é uma edição limitada, com 3.978 garrafas numeradas,
com uma embalagem de madeira confeccionada artesanalmente, envolta em
um papel especial e cera na tampa para evitar qualquer interferência
externa na cerveja. Claro que todo esse apelo na embalagem reflete no
preço, que foi divulgado a R$120,00 a garrafa.
Achei
muito legal a Ambev lançar essa cerveja, que talvez até seja uma
resposta afirmando que eles também conseguem fazer cervejas de
qualidade superior e abrir mão dos cereais não maltados (milho, arroz, etc).
O
estilo escolhido considero a cerveja perfeita para fisgar aquelas
pessoas que conhecem bons vinhos mas dizem que não gostam de
cerveja.
Não gostam de cerveja barata feita de milho, mas
experimentem uma Barley Wine para ver!!
Além
da semelhança com os vinhos no nome, a Barley Wine é uma cerveja de
guarda, ou seja, quanto mais tempo você guarda-la em condições
adequadas, mais ela ganha em complexibilidade, sabores e aromas.
Estou
curioso para degustar, mas R$120,00 não acho um preço justo, não
vou comprar a embalagem e por esse preço compro cervejas muito mais
complexas e até algumas que sejam referência no estilo e não
chegam nem perto desse valor. Talvez um colecionador ache o preço
justo.
Um
fator que indica que isso pode ser uma resposta que eles conseguem
fazer cerveja de qualidade é que a Ambev pediu recentemente registro
no Ministério da Agricultura de uma Belgian Blond Ale com erva-mate,
uma Índia Pale Ale com jabuticaba e uma WitBier com laranja, limão,
coentro e pimenta rosa, conforme foi divulgado no site da Veja SP. O
que é fácil entender se analisarmos que o mercado de cervejas. As
cervejas das grandes cervejarias, as mainstream, vem apresentando uma
queda inédita no consumo, queda superior a 16%. Enquanto que as artesanais vem
crescendo a passos largos e conquistando os consumidores.
Meu
único receio é as gigantes entrarem nesse segmento de mercado para
literalmente fazer bagunça. Uma vez que a legislação brasileira
não diferencia uma pequena de uma gigante, é a mesma tributação.
Isso cria uma concorrência desleal.
As
gigantes tem poder de compra de insumos, fracionam o custo numa
quantidade infinitamente maior e o processo é praticamente todo
automatizado. As micros primam pela qualidade, importam os melhores
insumos possíveis e consequentemente pagam mais caro. O processo é
artesanal e empregam muito mais pessoas por litros produzido, o que
também reflete em custos.
Mas
o que podemos afirmar com certeza é que o mercado esta mudando e o
brasileiro esta descobrindo que existem centenas de estilos
diferentes e não apenas aquela loira que só é possível engolir
estupidamente gelada.
As
gigantes estão se obrigando a melhorar e abandonar aquele discurso
furado de que suas cervejas são adaptadas ao clima e ao paladar do
brasileiro.
É a revolução cervejeira no Brasil apenas começando!!
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