quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Destino Cervejeiro parte 2. (Uma cervejaria homebrewer)


Pouco mais de 20km nos separavam da Alenda Bier em Morro Reuter e a Cervejaria Maniba em Novo Hamburgo.
Numa excursão de cervejeiros o que se faz nesse meio tempo? Tomamos cerveja, claro.

Abrimos um barril de Saizon com coentro, gengibre e pimenta rosa que foi produzida pela CerVale Rio Pardo numa brassagem demonstrativa no Festival da Cerveja Gaúcha realizado em Santa Cruz do Sul.


Como nosso Café Bávaro foi bem reforçado nem queríamos saber de almoço, tocamos direto para Cervejaria Maniba.




Na entrada da cervejaria já chamava a atenção uma muda de lúpulo que se desenvolvia de maneira guerreira e se espalhava por uma grade comprovando ser uma trepadeira.

Fomos recepcionados pelo proprietário e cervejeiro Cristiano Wink.

Nas apresentações o Cristiano já foi anunciando que ele era homebrew e que a Maniba era na verdade uma nano-cervejaria.

Eu não conseguia identificar onde terminava os equipamentos de homebrew e começava a cervejaria, ou onde terminava a cervejaria e começava o homebrew.
A sala de brassagem da Maniba embaixo e num estoque encima delas as panelas de homebrew. Da mesma forma as cervejas extremas, carregadas de lúpulo, com duplo dry hopping e muita personalidade. Características encontradas mais facilmente em cervejas de homebrewers. Resumindo, é uma cervejaria com alma de homebrew.

O Cristiano é um apaixonado por cervejas, falou para nos sentirmos em casa, contou sobre a história e nascimento da Maniba e falou das cervejas que iriamos degustar.

A origem do nome Maniba tem várias explicações, mas isso deixo para quem quiser saber perguntar para o Cristiano.





Degustamos várias cervejas, Red “Bloody” Ale, India "Mantra" Ale, WitBier, uma que acho que era uma Robust Porter (não peguei o nome), dentre outras.







A degustação começou de maneira espetacular, com a Black Metal IPA. Todas as cervejas são maravilhosas, mas é da Black Metal IPA que vou falar.

A Maniba recebeu medalha de Ouro no Festival da Cerveja Brasileira em Blumenau - SC com a Maniba Black Metal IPA. Eu já havia tido a oportunidade de toma-la on-tap mas na visita o Cristiano nos ofereceu ela direto do tanque de maturação (Maniba Black IPA direto do tanque) se tomar ela on-tap já é um espetáculo, tente imaginar direto do tanque. Eu estava mais faceiro que gurí de bombacha nova.

A coloração é negra a ponto de nem contra a luz mudar a tonalidade, espuma densa e marrom com ótima duração.
Aroma encantador, com lúpulos cítricos, florais, herbais e frescos. Ainda é possível perceber algum toffee.
O sabor apresenta um equilíbrio fantástico entre os maltes torrados e os lúpulos. Os 70 IBU quase passam despercebidos diante de tanta harmonia. Brindando com uma excelente drinkability uma cerveja extremamente amarga.

O Cristiano fez uma tour cervejeiro nos EUA, onde aprendeu algumas técnicas que resultaram nessa impressionante e premiada Black Metal IPA. Nos passou muitas curiosidades e características da Escola Americana.

Virei um fã das cervejas da Maniba e frequentemente quero ter algumas em meu estoque.

Uma coisa que é impossível deixar passar despercebida e não citar aqui são as cabeças de Javali na cervejaria.

O Cristiano também é Veterinário e presta serviço para um órgão estadual para controle e acompanhamento da população de Javalis. Num bate papo, entre uma cerveja e outra, após uma breve explicação de como os javalis tem se tornado uma praga de devastação de lavouras e árvores nativas, ele nos mostrou alguns cães de caça. Ele tem um canil com 18 cães de caça de grande porte.

Na hora de comprar cerveja todos queriam a Black Metal IPA, mas não tinha em garrafas. Havia um tanque fermentando e um na maturação, não sei o que sobrou no de maturação depois de nossa visita hehehe.

Nos divertimos comprando as outras cervejas, copos e camisetas.

Hora de fazer a foto oficial, recolher as compras, nos despedirmos e pegar estrada rumo a Santa Cruz do Sul.


Até a próxima Maniba!!






Ainda tínhamos nossa Saizon para acompanhar a viagem de volta, mas só o pão liquido não era mais suficiente e resolvemos fazer uma parada para comer em algum restaurante de beira de estrada.





Lembrando que era domingo, feriado de finados e começo da noite. Primeiro lugar que paramos já estava fechado e para nossa sorte o segundo estava aberto.
Não poderíamos ter parado em lugar melhor: Casa do Mel em Tabaí.

A proprietária Rojane ao ver aquele bando de cervejeiros entrando em seu estabelecimento, provavelmente no horário de fechar não se desesperou, apenas falava em voz alta para a equipe de funcionários a quantidade de pessoas que estava entrando. Possivelmente para a equipe da cozinha se preparar para uma enxurrada de pedidos.

O pastel de carne é simplesmente divino. Frito na hora, massa seca, firme, crocante e sem gordura. O recheio com um sabor que só um pastel feito com carinho e ingredientes nobres pode proporcionar.

A Casa do Mel oferece diversos produtos coloniais e um excelente atendimento. Ao elogiar o atendimento e o pastel a Dna Rojane me disse que o pastel fica bom mesmo com cerveja hehe.

Pena que ainda não tem na casa uma cerveja artesanal de qualidade, mas pelos ótimos produtos que ali se vende e se faz isso é só uma questão de tempo.

Assim encerramos a primeira viagem com Destino Cervejeiro da CerVale Rio Pardo. Com muita cerveja de qualidade, muitas rizadas e aquela satisfação de estarmos entre amigos fazendo coisas que gostamos. Claro que já estamos pensando e querendo a próxima.

Abraço.

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